A FILHA
(DAUGHTER)
Jane Shemilt
A Filha não
é apenas um romance de investigação policial. Vai além, discute aspectos da
vida moderna e de como podemos não perceber o que se passa com as pessoas mais
queridas e importantes.
A narrativa
é feita por Jenny, médica e mãe de 3 filhos. Seu marido Ted também é médico e
ambos são profissionais bem-sucedidos.
Um dia, sua
filha Naomi de 15 anos, simplesmente não volta para casa.
As
investigações não chegam a conclusão alguma, não se encontra um corpo e não há
pedido de resgate. Naomi desapareceu sem deixar pistas.
Os capítulos
evoluem alternando o tempo atual com o período do desaparecimento. À medida que
os meses passam, todos os membros da família expõem sua opinião sobre Naomi e
sobre como se relacionavam com ela.
Toda a
família foi afetada, mas Jenny foi a única que não conseguiu ir adiante. Largou
o trabalho numa clínica, mudou-se para outra cidade e passou a dedicar-se à
pintura. Mas Naomi estava presente em seus pensamentos a cada minuto dos seus
tristes dias.
“O que eu
tinha perdido? Quais pistas eu precisava entender antes que fosse tarde demais?
”
Como Jenny
nunca desistia de procurar Naomi, à medida que ia atrás de pistas, ela acabou
por descobrir que sua filha possuía uma outra vida paralela que ela
desconhecia.
Esse livro
prende o leitor pela história em si, pela maneira como é contada pela mãe e
pelo artifício de fazer com que, em algum momento da trama, o passado se
encontre com o presente.
A narradora,
que no início estava absolutamente perdida em meio ao desespero, vai se
transformando numa pessoa capaz de entender o que se passava com sua filha e,
mesmo com fatos chocantes, ainda assim, ser capaz de perdoar.
“Você não a
conhece, mãe. Você não faz ideia”.
É um livro
que pode levar às lágrimas as almas mais sensíveis.
Conclusão:
muito bom.
“Talvez eu
já a tivesse perdido muito antes de ela ter desaparecido e não fazia mais ideia
de quem ela era”.